por Thiago Ripper e Luiz Baltar
Foto Thiago Ripper
Resistência e lição de vida é o que se encontra no Assentamento Terra Prometida, em Tinguá, Nova Iguaçu, região da Baixada Fluminense, no Estado do Rio de Janeiro. O Favela em Foco acompanhou a visita, no dia 24 de julho de 2018, de dezenas de ativistas de causas sociais e direitos humanos às terras assentadas do MST. A atividade fazia parte Julho Negro, evento de articulação internacional contra a militarização e o racismo no mundo, organizado por familiares e grupos que formam o movimento de favelas do Rio de Janeiro.
Estar na Terra Prometida é fazer parte de uma rede de trabalhadores rurais que trabalham em prol do bem estar de todos. Uma rede composta por muita força e garra feminina, que resiste às investidas do capital: empresas de areal, latifundiários ligados ao agronegócio e à pecuária, aliados ao governo de Pezão e à prefeitura de Nova Iguaçu, tendo à frente Rogério Martins.

fotos thiago ripper
Segundo os assentados, a Ligth (concessionária de energia elétrica do Estado do Rio de Janeiro) se utiliza de parte da terra para fixar suas torres e distribuir energia para diversos bairros do Grande Rio, mas ignora o assentamento, deixando 70 famílias sem luz. Mas o Terra Prometida não se abate e prova, com muita dignidade, que seus assentados podem viver da terra e com ela prosperar.
Os integrantes do acampamento participam de feiras e semanalmente entregam seus produtos orgânicos, livre de sementes transgênicas e agrotóxicos. Milho, melancia, banana, aipim, farinha de mandioca, couve e frutas da época são algumas das mercadorias ofertadas. Além de sabor e qualidade superior, os produtos daquela terra vêm recheados de belas histórias.

Fotos – Luiz Baltar
Os interessados em integrar a rede e a mala direta do acampamento e adquirir seus produtos, podem entrar em contato com o Favela em Foco.
Nos dias 17, 18 e 19 de agosto haverá um mutirão para terminar a construção da Casa de Sementes Crioulas que agilizará e trará ainda mais dinâmica e comunhão ao Assentamento Terra Prometida.
Fotos Luiz Baltar
Fica cada vez mais claro que o caminho para uma sociedade justa passa pela integração e união entre as lutas do campo e os grandes centros urbanos, que têm obstáculos parecidos, quando não iguais, mas que são provenientes da mesma fonte: a aliança entre as grandes corporações, grandes latifundiários e os governantes em sua imensa maioria, que agem para entregar nossas terras aos exploradores estrangeiros, donos dos venenos que maltratam e castigam nossas terras e nossas mesas.